quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Rise



Such is the way of the world
You can never know
Just where to put all your faith
And how will it grow

Gonna rise up
Bringing back holes and dark memories
Gonna rise up
Turning mistakes into gold

Such is the passage of time
Too fast to fold
And suddenly swallowed by signs
Low and behold

Gonna rise up
Find my direction magnetically
Gonna rise up
Throw down my haste in the road

Eddie Vedder

back

Lisboa voltou a fervilhar. As buzinas dos carros já soam em cada esquina. As pessoas voltaram a andar apressadamente, umas de cabeça no ar, outras com o olhar preso à calçada gasta da velhinha cidade. Não percebo porque não olham em frente, porque não cruzam o olhar com os olhares que há por Lisboa?!?!?!? Afinal é tão bom olhar os outros! Não consigo mesmo perceber como se perde esse pequeno prazer da vida.... bem, passemos à frente. Digo-vos agora o porque deste post. Cheguei a casa e eis que todas as ruas no bairro estava apinhadas.... o lugar que durante dois meses esteve cativo, estava ocupado. Pois é, lá dei umas voltitas e consegui um espaço para o carrito. Tomei então total consciência que Lisboa tinha acabado as férias de dois meses, durante os quais tirava o carro da rua, ia, vinha, voltava a sair e regressava e eis que ficava sempre no mesmo lugar. Acabou-se a sensação de ter garagem ao ar livre!
Mas na verdade gosto que assim seja, são pequenas coisas que fazem parte da vida, pelos menos da minha, e gosto dela assim como é, cada vez mais simples, mais calma, sorridente e a fazer tudo o que me apetece fazer....
Gosto de sentir Lisboa a fervilhar.

sábado, 23 de agosto de 2008

...

Aguardo pacientemente o próximo fim-de-semana. Decidi reviver “la fiesta” como há muitos anos não faço. Quero voltar a jogar conversa fora pelas ruas inclinadas da vila, quero voltar a dançar sevilhanas noite fora até que a luz da manhã de Agosto nos convide a uma açorda na velhinha Sociedade. O meu estômago não suporta tão grande petisco, mas não resisto a ouvir as histórias de outros tempos, quando os quatro dias da festa de Barrancos eram aguardados com euforia. As rugas dos que pela madrugada andam na Sociedade contam os namoros dessas noites, o convívio e as histórias que a folia sempre gera.

Depois do encerro, preenchido de boas gargalhadas a ver as façanhas e a coragem que o álcool coloca no corpo daqueles que desafiam desajeitadamente o touro, está na hora de ir a casa, de um banho rápido acompanhado de um sono ainda mais rápido porque quando soarem as duas da tarde está na hora de guardar lugar no tabuado, que todos os anos transforma a praça da vila numa praça de touros. É por esta altura que sinto mais saudades. Vejo-me ali sentada e procuro-te por entre a multidão que enche a arena antes do espectáculo ter início. Era por ali que aparecias, há muitos anos, trazias águas, guloseimas e outros docinhos para mim, para a mana e para a mãe, que sentadas no tabuado aguardavamos a tourada. Talvez hoje te acompanhasse com uma imperial e visse a tourada contigo na sociedade… Enfim, entre as saudades que 17 anos de ausência trazem, eis que o relógio da Igreja marca as 18 horas. A praça já está vazia e o primeiro touro é recebido com palmas entusiastas.

Aguardo pacientemente o próximo fim-de-semana, os cheiros, o barulho, a confusão e as recordações…as melhores que tenho estão em ti, avô, e na tua terra.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008