quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

OUT

Quando ando há muito tempo para ir ao cinema e não consigo,
Quando quero estar com os amigos e não consigo,
Quando quero sorrir e me esqueço,
Quando começo a colocar em causa o trabalho,
Quando reclamo mais do que é normal...
apercebo-me que as coisas não vão no caminho certo.
Vou cozinhar, a melhor terapia que alguma vez pratiquei... o pior é mesmo comer... mas há-de voltar a vontade!

Entre tachos e panelas sou capaz de descobrir para onde seguir...

Desafio aceite...

Como é que eu sou segundo os...Pearl Jam

1. Homem ou Mulher? Alive
2. Descreve-te: Angel
3. O que pensam de mim? Hard to Imagine
4. Como descreves o teu último relacionamento? Can´t Keep
5. Descreve o estado actual da tua relação: Other Side
6. Onde querias estar agora? In my tree
7. O que pensas do amor? Big Wave
8. Como é a tua vida? Back of my mind
9. O que pedirias se pudesses ter só um desejo? Last Kiss

Proposta de Sentido de Estado

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

..e soubesse eu artifícios
de falar sem o dizer
não ia ser tão difícil
revelar-te o meu querer...
a timidez ata-me a pedras
e afunda-me no rio
quanto mais o amor medra
mais se afoga o desvario...
e retrai-se o atrevimento
a pequenas bolhas de ar..


Deolinda

Preciso com urgência de dias seguidos de SOL, de flores a brilhar, de pessoas simpáticas, de praia, de calor ... as minhas baterias estão a ficar gastas.


Vive, dizes, no presente,

Vive, dizes, no presente,
Vive só no presente.

Mas eu não quero o presente, quero a realidade;
Quero as cousas que existem, não o tempo que as mede.

O que é o presente?
É uma cousa relativa ao passado e ao futuro.
É uma cousa que existe em virtude de outras cousas existirem.
Eu quero só a realidade, as cousas sem presente.

Não quero incluir o tempo no meu esquema.
Não quero pensar nas cousas como presentes; quero pensar nelas como cousas.
Não quero separá-las de si-próprias, tratando-as por presentes.

Eu nem por reais as devia tratar.
Eu não as devia tratar por nada.
Eu devia vê-las, apenas vê-las;
Vê-las até não poder pensar nelas,
Vê-las sem tempo, nem espaço,
Ver podendo dispensar tudo menos o que se vê.
É esta a ciência de ver, que não é nenhuma.

Alberto Caeiro

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

as palavras custam a sair

Porque ontem adormeci com esta música.
Porque ando cansada e o meu cérebro está com sérias dificuldades em fazer um raciocínio lógico (se disso sou capaz alguma vez hehe)...
Porque digo muitas vezes o contrário do que estou a sentir...

Enfim porque me apeteceu. Hoje «porque me apetece» parece-me razão suficiente.

sábado, 17 de janeiro de 2009

Sexta-feira

E quando a campainha toca.
Perguntam pelo nosso nome e dizem: «Tenho uma entrega para si».
«Para mim, mas não encomendei nada ?!??»
Com curiosidade abro a porta e aguardo que me encontrem na porta de casa...
Eis que o meu dia ficou mais sorridente e florido....
Obrigado...

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

...

Foi um momento
Em que pousaste
Sobre o meu braço
Num movimento
Mais de cansaço
Que pensamento,
A tua mão
E a retiraste.
Senti ou não?

Fernando Pessoa

A prosa não é minha, mas reflecte um pouco de mim. Nem sei porque me encantaram estas palavras. Sei tão só que neste momento (raro nos últimos dias) de estar na companhia de mim mesma, foi esta a dúvida que me assaltou «senti ou não?».

ps: Vês?!?! Já coloquei qualquer coisa por aqui.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

vicios

Quando o cansaço se apodera de mim o resultado final é:


Chuva

As coisas vulgares que há na vida
Não deixam saudades
Só as lembranças que doem
Ou fazem sorrir

Há gente que fica na história
da história da gente
e outras de quem nem o nome
lembramos ouvir

São emoções que dão vida
à saudade que trago
Aquelas que tive contigo
e acabei por perder

Há dias que marcam a alma
e a vida da gente
e aquele em que tu me deixaste
não posso esquecer

A chuva molhava-me o rosto
Gelado e cansado
As ruas que a cidade tinha
Já eu percorrera

Ai... meu choro de moça perdida
gritava à cidade
que o fogo do amor sob chuva
há instantes morrera

A chuva ouviu e calou
meu segredo à cidade
E eis que ela bate no vidro
Trazendo a saudade

Mariza

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Carnaval... já?!?!

Anda tudo tão apressado, que já ouvi a questão: «então o carnaval, passas onde? E a mascara?»

Fiquei perdida... será que o Carnaval é em Janeiro e não sei de nada ....
A verdade é que fiquei a pensar no assunto e apeteceu-me aproveitar essa época à minha maneira. Por isso, aqui fica a minha resposta:
Mascara... boneco de neve. Apetece-me descongelar finalmente.
Onde passo!?!? Ora essa onde me apetecer e assim de repente apetece-me....



...subir à serra. Enrolar-me em mantinhas quentinhas até ao nariz. Um baralho de cartas. Meia dúzia de amigos e umas garrafitas de vinho. Eis a minha receita carnavalesca.

sábado, 3 de janeiro de 2009

"Vem por aqui!" —dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidades!
Não acompanhar ninguém.
— Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!" ?

Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.

Como, pois, sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...

Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tetos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém!
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.

Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui!"
A minha vida é um vendaval que se soltou,
É uma onda que se alevantou,
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!


José Régio

E assim começo o ano Feliz nesta minha loucura.